Dicas que talvez ninguém tenha te dado ainda - sobre corpo, postura e o jeito de cuidar

Você já deve ter escutado (ou até repetido) frases como:

"Senta direito!", "Para de preguiça!", "Fica quieto um pouco!"

Mas... e se o problema não for desobediência, nem falta de força de vontade?

E se for o corpo da criança tentando dar um recado — que a gente, como adultos, ainda não aprendeu a ouvir?

Na SOU Pilates para Crianças, trabalhamos diariamente com pequenos corpos que dizem muito. Corpos que crescem depressa. Que compensam. Que sentem sem saber nomear. Por isso, antes de corrigir, a gente observa. Antes de impor, a gente escuta.

E com base nessa experiência, reunimos aqui algumas dicas que não costumam aparecer nos manuais de comportamento, mas fazem toda a diferença no dia a dia.

1. Em vez de pedir “senta direito”, pergunte: “seu corpo está confortável assim?”

A frase “senta direito” quase sempre vem de um desejo de proteger — afinal, sabemos o quanto a má postura pode causar dor lá na frente. Mas quando o comando vem de fora e sem contexto, a criança não aprende o porquê, só entende que está “errada”. Postura, na verdade, não se impõe. Se constrói com percepção. Ajudar seu filho a notar como está posicionado, se está confortável, se sente cansaço ou peso em algum ponto do corpo, é o primeiro passo para que ele mesmo desenvolva autorregulação postural. Cuidar da postura é ensinar o corpo a se perceber.

2. “Preguiça” pode ser só falta de organização corporal

Se a criança evita certas tarefas, se parece sempre cansada ou "sem vontade", vale investigar mais fundo. Na maioria das vezes, não é falta de interesse — é o corpo dela que ainda não sabe por onde começar. Organização corporal envolve mais do que coordenação: requer percepção espacial, força nos lugares certos e confiança no próprio movimento. Quando esses elementos não estão integrados, até tarefas simples (como subir uma escada ou carregar algo) podem parecer desafiadoras. Troque o rótulo por apoio. Seu filho pode estar precisando de orientação motora, não de motivação.

3. Brinque com os olhos fechados: “onde está seu pé agora?”

Pode parecer só uma brincadeira engraçada, mas essa atividade simples — de tentar encontrar partes do corpo sem olhar — é poderosa para o desenvolvimento do foco, da coordenação e da consciência corporal. A percepção do próprio corpo no espaço (chamada de propriocepção) é uma das bases do equilíbrio emocional e motor. Um corpo que é percebido, é mais fácil de ser cuidado.

4. Troque o “fica quieto” por “vamos respirar juntos?”

Na maioria das vezes, a criança não consegue “ficar quieta” porque o sistema nervoso dela ainda está aprendendo a regular a energia. A respiração é uma ponte entre o corpo e o comportamento. Quando ensinamos uma criança a respirar com intenção, damos a ela uma ferramenta para atravessar momentos de frustração, ansiedade, cansaço e até dores físicas. Na SOU, usamos a respiração não só como parte do exercício, mas como recurso emocional. Respirar é se conectar. E é isso que seu filho precisa antes de qualquer correção: conexão.

Corpo e comportamento caminham juntos

Na infância, tudo está em formação: ossos, músculos, cérebro, autoestima, escuta. E o corpo é o primeiro lugar onde isso se organiza — ou se desorganiza. Trabalhar consciência corporal é uma necessidade silenciosa de muitas crianças que não sabem como pedir ajuda.

Aqui na SOU Pilates para Crianças, nosso papel é ajudar cada criança a se sentir em casa dentro do próprio corpo. Porque um corpo que se sente acolhido, cresce com mais liberdade. E um corpo com liberdade, é um corpo com potência.

Quer entender se o Pilates pode ajudar o seu filho a aliviar dores, melhorar a postura ou encontrar mais equilíbrio?

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